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Mostrando postagens de março, 2022

SONETO DE REGÊNCIA

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  SONETO DE REGÊNCIA No império, infante hino de ventura Manás, com os regalos de regente Emudece feito açoite do insurgente Fidalgo pão e circo com fartura   Mãos do herói, teias que a pátria unge Qual lorde no palácio em redil d’ouro Líderes, fartos de parvos pelouros Alheio a turba, do sufrágio surge   Infame e vil, transmigra o meu futuro E do fragor na voz, um sonho puro Canção que a alma em sangue aduz   Avis-rara, que n’adaga o véu desfez Nas carnes do esquartejo se deduz De alienado Rei, eu sou a Rês

REDONDILHAS DE CAPELA

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  REDONDILHAS DE CAPELA Vou me embora pra Capela Templo de minhas orações Das orbes do amigo rei Uma das muitas mansões   Quando morava em Pasárgada Reputava ser feliz Com a vida inconsequente Rosa e Joana parente Erámos todos dementes Com alcaloide motriz   Gozava do livre juízo Regalo vindo da corte Porém em dura sentença O gosto, tem sua avença Amores com tantas dores E preço no que apetece Pois em prazeres passados Nunca o prazer se conhece Vim me embora de Pasárgada   Hoje cá nessa morada Mais florescido que outrora Tenho genro e tenho nora Menino mais que na idade Zelando da sanidade Dest'alma que eu trago agora Amor é meu sentimento Com tanta fé se fundou Entre campina e penedo Por entre serras floridas És minha terra querida Mas mesmo assim vou embora   Vou me embora pra Capela Lá sou amigo do rei Onde a água é cristalina Cuja fonte beberei Mais alegrias que medos Das vãs tristezas o ledo Dantes, a cama escolhida Eleita com desatino Cantava o som do dano...

ETERNO AMOR

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  E TERNO AMOR Brota qual botão... Raia flor fermosa Íon celeste... Doira nebulosa Alvor d'alma...  Sol ao luar tolher Nascente fonte... Molda o mar pujante Cristal de areia... Límpido diamante Abrolha a menina... Faz-se mulher   Machuca o peito quando o broto enflora Extingue em mim crepúsculo d'aurora Nasce, porém, insólita jornada Incerto vácuo da eternidade Nos espirais, escalas liberdade Amar sem ter-te ao colo agasalhada Mostrou-se ao mundo em rama florente Um anjo de brandura, aura luzente Loura grinalda que matiza a flor Hera infante, co’alma indulgente Esmero em coração, divina mente Rosa frondosa, regada de amor   Em vossas mãos gentil, sublime fado Tornar sereno, o pranto velado Etéreo dom que de Galeno extrai Regracio a corte, onipotente No âmago, mulher tão iminente Outrora a menininha do papai   Alto ecoa, ao versar meu pensamento Mundos cursamos, como folha ao vento Outras mais virão, ro...