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SONETO DE REGÊNCIA

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  SONETO DE REGÊNCIA No império, infante hino de ventura Manás, com os regalos de regente Emudece feito açoite do insurgente Fidalgo pão e circo com fartura   Mãos do herói, teias que a pátria unge Qual lorde no palácio em redil d’ouro Líderes, fartos de parvos pelouros Alheio a turba, do sufrágio surge   Infame e vil, transmigra o meu futuro E do fragor na voz, um sonho puro Canção que a alma em sangue aduz   Avis-rara, que n’adaga o véu desfez Nas carnes do esquartejo se deduz De alienado Rei, eu sou a Rês

REDONDILHAS DE CAPELA

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  REDONDILHAS DE CAPELA Vou me embora pra Capela Templo de minhas orações Das orbes do amigo rei Uma das muitas mansões   Quando morava em Pasárgada Reputava ser feliz Com a vida inconsequente Rosa e Joana parente Erámos todos dementes Com alcaloide motriz   Gozava do livre juízo Regalo vindo da corte Porém em dura sentença O gosto, tem sua avença Amores com tantas dores E preço no que apetece Pois em prazeres passados Nunca o prazer se conhece Vim me embora de Pasárgada   Hoje cá nessa morada Mais florescido que outrora Tenho genro e tenho nora Menino mais que na idade Zelando da sanidade Dest'alma que eu trago agora Amor é meu sentimento Com tanta fé se fundou Entre campina e penedo Por entre serras floridas És minha terra querida Mas mesmo assim vou embora   Vou me embora pra Capela Lá sou amigo do rei Onde a água é cristalina Cuja fonte beberei Mais alegrias que medos Das vãs tristezas o ledo Dantes, a cama escolhida Eleita com desatino Cantava o som do dano...

ETERNO AMOR

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  E TERNO AMOR Brota qual botão... Raia flor fermosa Íon celeste... Doira nebulosa Alvor d'alma...  Sol ao luar tolher Nascente fonte... Molda o mar pujante Cristal de areia... Límpido diamante Abrolha a menina... Faz-se mulher   Machuca o peito quando o broto enflora Extingue em mim crepúsculo d'aurora Nasce, porém, insólita jornada Incerto vácuo da eternidade Nos espirais, escalas liberdade Amar sem ter-te ao colo agasalhada Mostrou-se ao mundo em rama florente Um anjo de brandura, aura luzente Loura grinalda que matiza a flor Hera infante, co’alma indulgente Esmero em coração, divina mente Rosa frondosa, regada de amor   Em vossas mãos gentil, sublime fado Tornar sereno, o pranto velado Etéreo dom que de Galeno extrai Regracio a corte, onipotente No âmago, mulher tão iminente Outrora a menininha do papai   Alto ecoa, ao versar meu pensamento Mundos cursamos, como folha ao vento Outras mais virão, ro...

MEU RECANTO

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MEU RECANTO Meu recanto tem Pupunha Açaí, Bacaba e Buritis Onde canta o Poaieiro, Jacu, Arara e o Bem-te-vi   Meu rincão ao céu engalana Com os flumes do Guaporé Jamari, Pimenta e Abunã, Madeira, Machado e Mamoré   Poseidon das belas torrentes Ictiofilhos de Yara Pacu, Tambaqui, Surubim, Pirarucu, Tucunaré e Pirarara   Manoa d´Eldorado poente Porto fértil de terra garrida Rica lavra repleta de flores Lindos prados repletos de vida   Nativos peles vermelhas Da minha aldeia, guardiões Cinta larga, Surui e Tupari, Uru-Eu, Karipuna e Gaviões   O colossal cavalo de ferro Em dormente estrada de pau Entre retundas, o transpor dos saltos Santo Antônio, Ribeirão e Jirau   E como se a zelar o Olimpo O Forte Príncipe da Beira Dragão da Coroa Portuguesa Baluarte sentinela da fronteira   De seus destemidos pioneiros Amor de efeito Panambi Minha estância tem palmeiras Onde canta o bem-te-...

SONETO DE LAMENTAÇÃO

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  SONETO DE LAMENTAÇÃO   No porão do tumbeiro o mar cruzava Mais um Zumbi em pútrida feitura Diasporado de sua genitura Rumo ao Novo Mundo à forte clava   Sob os jugos e abusos do feitor A alforria era a herança almejada Da Mãe Preta aos rebentos Co'amor E Co'aborto a quimera era lograda   Os atrozes giros do esquecimento Em Baobá, não esvai o sentimento E a mágoa dos avitos de Mandela   Os gritos, açoites, ais e gemidos E os lamentos dos porões bramidos Ecoam no afro gueto da favela Edson Depieri www.edsondepieri.com.br

ELA

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ELA     PENSOU QUE SÓ POR SER UMA MULHER Poderias ao castiço suplantar, E com a serpente, no éden, rebelar   -   ( 4000 a.C ) Que terias permissão a escrever   -   ( 3500 a.C ) E como médica, poderias se atrever   -   ( 2700 a.C. )   Guiarias o exército de Israel   -   ( 1125 a.C. ) E serias a eleita do anjo Gabriel   -   ( 0 a/d.C. ) Terias domínio de uma propriedade   -   ( 279 d.C ) E para ser educada, terias qualidade   -   ( 476 d.C ) Só por ser uma mulher   PENSOU QUE SÓ POR SER UMA MULHER Na heresia, evitarias a inquisição   -   ( 1450 d.C. ) E se livrarias da subordinação   -   ( 1500 d.C .) Ao cetro, rotularias de sexista   -   ( 1739 d.C. ) E de uma cidadã, insurgiria a feminista   -   ( 1791 d.C. )   Postularias, em convenção, as suas regalias   -   ( 1848 d.C. ) E em Liceu, como discente i...

DIVINA ARTE

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DIVINA ARTE Gênesis, alfa e ômega do infindo Prelúdio da ciência que a tutela Para ver de Adão a Eva erigindo Deus duplica o “X” do gene da tsela ( Gênesis 2:21-22) Na mitologia, Esculápio foi o Deus Hipócrates, o pai de sua doutrina Merit Ptah, prógona de ofícios teus E Lucas, o Patrono de graça Trina ( Colossenses 4:14) Divina é a norma que aduz Galeno Ofício laico e de toda crença De derme prisma, na casta epiceno E de todo arrimo, sem diferença Récipe de Moisés aos Hebreus Arauto de asseio e higidez (Deuteronômio 23:10-13) Máscara e quarentena no mal de Aretaeus (Levíticos 13:45-46) Mundície às secreções e sordidez (Levíticos 15) Assepsia a objetos morbígenos (Levíticos 11:33-34 e 15:12) Aterro de vetor de afecção (Deuteronômio 23:12-14) Dispersão de germes patógenos (Números 19 e Levíticos 11) Da terra se produz medicação (Eclesiástico 38:4) José, no apogeu de contrição Confiou-lhes seu pai à preservar ( Gênesis ...