COR-DE-ROSA
COR-DE-ROSA
(cântico
do amor)
COR
claridade
insubmissa,
luz que
se recusa a caber nas jaulas da sombra;
é sopro
divino;
Cor — arco-íris que se ergue da
ferida;
paleta
infinita que insiste em pintar a humanidade,
com tons
que não cabem no cinza das intolerâncias.
DE
não é posse,
é travessia.
De ti, de mim, de nós,
de cada gesto que ousou nascer
contra o silêncio.
De
— preposição de afeto:
de quem ama,
de quem se oferece,
de quem ousa existir.
ROSA
não é
ornamento,
é
cicatriz que floresce em beleza;
lâmina
feita de perfume;
pássaro
disfarçado de pétala;
estrela
caída em formato de flor.
Rosa — verbo
secreto:
Roçar e
revelar;
afeto lapidado
em cor.
pois todo amor perseguido
acaba virando semente
à espera de solo fértil.
cor—de—rosa
ou rosa—de—cor?
inverte-se
a palavra,
e o mundo
se revela ao avesso:
como se o
arbítrio respeito
se
curvasse apenas diante do código.
cor—de—rosa é reverso da noite,
rosa—de—cor é início da
aurora.
e entre elas,
livres de qualquer juízo,
alheios a
qualquer resistência,
o reflexo
do substantivo,
transmutado
em verbo.
C O R
D E
R O S A
as letras
se abrem como pétalas no vento,
formando um jardim no papel.
não é jardim de exclusão,
é horto de diversidade:
cada letra uma pétala,
cada pétala um rosto,
cada rosto uma história.
e o
jardim só floresce
porque ninguém ousou escolher
quais flores podiam nascer.
C
C
O
C O
C O
C
O
C
O
C
O
C
O
C O R C
C O
C O
DDDDDDDDEEEEEEEE
D D D D E E E E
D D D E E
E
D D E E
D E
D E
R O S
O A
S R
O R O S A
S A R O S
O S A
R O
S
A
R
O
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